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O Brasil está produzindo muito lixo, mas você pode ajudar a diminuir o volume

A capacidade do Brasil de destinar corretamente os resíduos sólidos que gera não está acompanhando o aumento no volume gerado. De acordo com o Panorama 2020 da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), entre 2010 e 2019, a geração de resíduos no país passou de cerca de 67 milhões de toneladas por ano para pouco mais de 79 milhões de toneladas por ano, o que representa um incremento de aproximadamente 18% na geração. No mesmo período, o relatório aponta que disposição final adequada passou de 56,8% do total gerado para 59,5%, representando uma melhoria de apenas 2,7% na destinação.

Isso significa que mais resíduos estão sendo destinados a aterros irregulares ou lançados diretamente na natureza. Um volume anual de quase 32 milhões de toneladas segue esse caminho, que prejudica o meio ambiente e a saúde humana de maneira extrema.

Em Belo Horizonte, segundo a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) são coletados diariamente 2,1 mil toneladas de resíduos — são 300 caminhões de coleta cheios todos os dias. Desse total, 1,9 mil toneladas são domiciliares. Ao mesmo tempo, 380 toneladas diárias são destinadas clandestinamente e o belo-horizontino tem responsabilidade direta sobre isso.

Solução caseira

Não resta dúvidas de que a solução para o problema depende diretamente de políticas públicas eficientes. Nesse sentido, a Lei Federal nº 12.305, de 2010, que define a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), estabeleceu para o Brasil os parâmetros de destinação correta. Mais do que isso, a legislação exige que até agosto de 2024 todos os municípios brasileiros implantem medidas que garantam que a disposição final dos resíduos seja adequada pelo ponto de vista ambiental.

Contudo, independente das determinações legais, cabe ao cidadão cumprir com o próprio dever de promover uma gestão apropriada do resíduo que produz diretamente, o que significa um avanço considerável. Para tanto, basta aplicar os conhecidos 5Rs, que sempre merecem ser repetidos, que são: repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar.

  • Repense a sua relação com o meio ambiente, com o consumo e com a geração de resíduos. Essa etapa é fundamental para que as outras sejam seguidas com sucesso.
  • Recuse tudo aquilo que não é necessário ou que possa ser excessivamente danoso ao meio ambiente, buscando substituir por produtos que causem menor impacto ambiental. Mantenha um pensamento crítico quanto ao consumo e procure compreender a origem dos produtos que consome, o tipo de resíduos que eles geram e o destino que é dado a eles, recusando o que perceber que é inconveniente.
  • Reduza o consumo, pura e simplesmente. Para isso, basta combater o consumismo e evitar os desperdícios.
  • Reutilize tudo o que for possível, desde as embalagens até objetos que podem ser reaproveitados ou adaptados. Aquilo que não servir mais para você, mas que mantiver as boas condições de uso, procure destinar a outras pessoas que possam reutilizar de alguma forma.
  • Recicle o que for possível reciclar em casa — como os resíduos orgânicos, que podem ser reciclados em uma composteira. O que não for possível, separe de maneira apropriada para que possa ser coletado pelo serviço de limpeza urbana, por alguma associação de catadores ou, ainda, descartado em algum ponto de entrega voluntária. Nesse aspecto, pense de maneira especial nos resíduos eletroeletrônicos, que devem ser entregues às empresas que os coletam gratuitamente.

Agindo assim você perceberá que não é tão difícil exercer a cidadania e contribuir para que o meio ambiente seja menos sobrecarregado pelo seu estilo de vida.