Tecnologia

Brasil caminha pra se destacar no e-commerce mundial! Você já pegou essa onda?

O comércio eletrônico, que, de alguns anos pra cá, já vinha se desenvolvendo de maneira intensa em todo o mundo, recebeu um impulso decisivo com a pandemia e a situação é ainda mais promissora no Brasil. De acordo com o relatório Webshoppers 43, o faturamento do e-commerce brasileiro cresceu 41% em 2020, na comparação com o ano anterior, com um volume de negócios de R$ 87,4 bilhões e as perspectivas são ainda melhores para 2021.

A apuração para a edição 44 do mesmo Webshoppers aponta que, somente no primeiro semestre deste ano, o crescimento do comércio eletrônico aumentou 31% no país. O Webshoppers é uma publicação da Ebit que avalia as transações realizadas pela internet em território nacional. A estudo apresenta números que são especialmente importantes nesse momento, sobretudo se considerarmos o país atravessa uma crise econômica severa.

Não é por acaso que a revista Forbes aponta o Brasil como um dos mercados mais promissores para o e-commerce mundial. Porém, como alerta a mesma publicação, é preciso estar preparado.

Primeiros passos no empreendedorismo digital

Além da comodidade que proporciona ao consumidor, que pode escolher os produtos e comparar preços sem sair de casa, o e-commerce oferece benefícios consistentes para as empresas. Mais do que agilizar ofertas de produtos utilizando a internet, entre outros fatores, essa modalidade de negócio ainda dispensa a necessidade de um espaço físico para atendimento ao cliente, não depende tanto da atuação dos vendedores e cria facilidades e maior segurança nas transações, que, na maior parte, são feitas por meio de pagamento eletrônico.

De olho nessas vantagens, um número crescente de empreendedores vem se voltando para o mercado digital, o que, de fato, é conveniente para atender à demanda que só faz aumentar. Contudo, para que os resultados apareçam de forma satisfatória, mais do que necessário, é indispensável criar um planejamento adequado para o empreendimento.

De fato, a pessoa pode começar expondo os produtos em um site simples e promovendo o negócio no próprio bairro, em grupos de WhasApp, no Facebook e no Instagram. Porém, essas iniciativas que são úteis para atender a uma urgência momentânea de faturamento e iniciar um negócio precisam ser vistas como algo bastante limitado.

Em uma posição um pouco mais adiante, mas que pode ainda não ser a melhor para um empreendimento com potencial de se desenvolver, é possível também recorrer aos marketplaces, que, semelhantes a shoppings virtuais, são portais de e-commerce colaborativo onde vários lojistas oferecem seus produtos. Essa é  uma alternativa interessante, que pode servir, inclusive, para o impulsionamento do marketing do negócio, mas que não chega a ser o estágio ideal do empreendedor que pretende crescer.

Profissionalização

Para Thiago Chueiri, líder de vendas da PayPal Brasil, quem deseja aproveitar a onda do mercado digital brasileiro, que, segundo ele, tem tudo para colocar o país entre os cinco principais do mundo, é preciso estar preparado. “Assim como aumentou o número de consumidores, a concorrência para os vendedores também está muito mais acirrada, principalmente com a alta digitalização observada no ano passado em função da pandemia de Covid-19”, ele diz em entrevista à Forbes.

Nesse sentido, portanto, é preciso profissionalizar o negócio. Na opinião de Franklin Bravos, cofundador e CEO da Signa, startup de soluções digitais para e-commerces, os primeiros sinais da necessidade de profissionalização surgem quando o empreendedor percebe que a estrutura que tem já não é suficiente para atender à demanda que recebe. “Assim que começam a aparecer quatro, cinco ou mais pedidos por dia — e um vai pagar no boleto, outro no cartão, outro precisa de um link de pagamento —, isso começa a exigir uma gestão. E aí é o momento de entrar no e-commerce de verdade”, aponta Bravos no site Consumidor Moderno.

Segundo o CEO, O futuro da profissionalização digital está na integração entre no mundo do e-commerce, do marketplace e dos aplicativos de entrega com o mundo físico. “Hoje, tem vários aplicativos de entrega e eles vão começar a ter integração com e-commerce. Você compra de uma loja com e-commerce e se tem um aplicativo de entrega que atende sua região, esse aplicativo faz a entrega para você”, destaca Bravos.

O diretor destaca que a integração pode ocorrer tanto em forma de parceria quanto de forma automatizada, havendo, inclusive, plataformas que fazem com que todo esse sistema caminhe sozinho. “O objetivo disso tudo é facilitar para o consumidor. Ele compra e recebe da forma mais rápida, na casa dele. Recebe com segurança, tranquilidade, fortalecendo o lojista regional, respeitando os canais de distribuição, fortalecendo a logística, os entregadores”, acrescenta o CEO.

Posição segura

Atender às expectativas do cliente, proporcionando a ele uma experiência positiva na hora da compra, portanto, são aspectos que devem ser valorizados pelo empreendedor digital que pretende alcançar uma posição segura nesse mercado cada vez mais competitivo. Para Chueiri, executivo da PayPal, há três pontos que devem ser considerados nessa estratégia e o primeiro deles seria remover as barreiras de insegurança que as transações online provocam.

Segundo líder de vendas, 40% dos entrevistados por um levantamento da companhia onde ele atua revelaram que não confiam nas operações online e muitos reclamaram da entrega. “Oferecer opções seguras de pagamento é fundamental”, ele diz.

Outra observação do executivo considera a necessidade de fidelização do consumidor. Afinal, um cliente satisfeito não só volta a comprar do mesmo negócio como, muitas vezes, recomenda o estabelecimento para outras pessoas, seja ele de uma empresa física ou digital. “Forneça valor agora e colha bons resultados no futuro”, recomenda.

Como dica final, Chueiri aconselha que as datas comemorativas e promocionais — como a da Black Friday, por exemplo — sejam bem aproveitadas. “É uma boa oportunidade para novos vendedores online conquistarem um lugar na preferência dos consumidores. Esse tipo de posicionamento ajuda a construir uma reputação”, conclui.