Saúde & Qualidade de Vida

Contágio doméstico pela Covid-19 pede atenção

Se por um lado a situação epidemiológica da Covid-19 hoje se encontra em um patamar bem menos preocupante do que o vivido em 2021, por outro, uma nova onda da doença tem causado apreensão nas autoridades sanitárias, e não é sem motivo. De acordo com os dados da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH), na capital, por exemplo, o número de novos casos por 100 mil habitantes em um período de 14 dias quase quadriplicou entre os dias 14 e 27 de novembro, saltando de 54,3 para 215,8. Com isso, as medidas de prevenção — como o uso de máscaras e a atenção especial com a higiene das mãos — voltaram a ser recomendadas.

Em casa

Entretanto, ainda que a preocupação maior esteja no contágio fora de casa, a transmissão doméstica do coronavírus também precisa ser prevenida. Estudos mostraram que o contágio entre pessoas que compartilham uma mesma moradia é menos frequente do que aquele que acontece em ambientes externos. Porém, ainda assim, ele é importante e as ações preventivas devem existir.

Em artigo no site The Conversation, a professora Becky Tunstall, especialista em habitação da Universidade de York, na Inglaterra, destacou estudos que indicam que entre 26% e 39% dos infectados pela Co-vid-19 no Reino Unido, até janeiro de 2022, contraíram a doença no ambiente domiciliar. No entanto, enquanto as ações públicas de gestão da pandemia definiram estratégias rigorosas para a prevenção ao coronavírus no ambiente externo, muito pouco foi instruído sobre como agir no espaço doméstico.

As recomendações dos epidemiologistas indicam que o ideal seria manter a pessoa infectada em uma espécie de isolamento na própria casa. Contudo, na prática, isso não é possível quando o doente é uma criança ou uma pessoa com algum tipo de restrição.

Cuidados

Para essas situações, o Grupo Consultivo Científico para Emergências do Reino Unido recomenda ações consagradas na prevenção da doença em qualquer ambiente — como o da higiene regular das mãos—, mas também destaca medidas especialmente úteis na prevenção nos espaços domésticos.

Uma delas é a higienização constante de superfícies e de objetos com os quais o doente tiver contato. Os especialistas também recomendam passar o máximo de tempo possível em cômodos separados e, quando a convivência for inevitável, que se mantenha uma distância mínima de dois metros da pessoa infectada. Caso nem essa distância seja possível, a máscara deve entrar em cena.

Como estudos já definiram que quanto maior é a concentração de vírus em um ambiente maior é a possibilidade de contrair a Covid-19, o grupo de emergência britânico também recomenda que, a fim de arejar os cômodos da casa, as janelas sejam mantidas abertas durante o maior período do dia possível.