Tecnologia

Entenda como o Google Maps sugere rotas e estima a duração dos percursos

Hoje em dia, grande parte das pessoas utiliza o Google Maps para se orientar pelo trânsito. Este é um hábito seguido em cerca de 200 países e territórios do mundo, onde, diariamente, segundo informações da própria empresa, são percorridos mais de 1 bilhão de quilômetros nos caminhos dos mapas virtuais, que podem ser acessados através das telas dos smartphones.

Pelo aplicativo, além de encontrar endereços com muita facilidade, o usuário consegue definir a melhor rota e saber com antecedência quais trajetos estão com trânsito mais pesado ou mais leve e ainda fica sabendo o tempo estimado para os percursos. Mas, como tudo isso é possível?

Trabalho colaborativo

Todas as funcionalidades do Google Maps são possíveis, é claro, graças à união de uma série de recursos tecnológicos, que incluem o GPS e utilizam técnicas de geoprocessamento, capazes de elaborar mapas precisos de praticamente todas as cidades e rodovias do mundo. De acordo com o Google, para chegar a um mapa geográfico básico, a empresa faz uso de um programa de parcerias que possibilita a coleta de informações de várias organizações confiáveis dos países mapeados.

Além das contribuições dadas por organismos governamentais nos âmbitos nacionais, estaduais e municipais, o programa ainda recebe dados de instituições educacionais, da sociedade civil, de entidades privadas. Porém, nada disso é suficiente para que o Google Maps consiga estabelecer as condições do tráfego em dado momento e muito menos para prever como ele ficará depois de algum tempo.

Para chegar a essas informações é preciso recorrer a dados de localização gerados pelos próprios usuários e que são processados por um sofisticadíssimo sistema.

Dados de localização

Não é segredo pra que ninguém que o Google consegue rastrear os movimentos dos usuários do Google Maps, mesmo se o histórico de localização do aplicativo estiver desativado. A própria empresa já admitiu que serviços dos aparelhos e outros recursos permitem esse rastreamento.

Segundo o gerente de produto do Google Maps, Johann Lau, os dados de localização gerados pelas pessoa que transitam pelas ruas são compartilhados em tempo real com um sistema de processamento, permitindo que a empresa entenda as condições do tráfego em todo o mundo. Porém, ainda que as informações que são transmitidas gerem estimativas das condições do tráfego em um dado momento, a partir delas não é possível definir a situação depois de alguns minutos. Pra isso, entra uma etapa ainda mais avançada da tecnologia, conhecida como “aprendizado de máquina”.

O sistema aprende o comportamento do tráfego

De acordo com Lau, para prever como ficará o tráfego em um futuro próximo, o Google Maps faz a análise dos padrões históricos das vias que foram aprendidos pelos computadores ao longo do tempo. “Por exemplo, um padrão pode mostrar que a rodovia 280, no norte da Califórnia, normalmente tem veículos viajando a uma velocidade de 100 quilômetros por hora entre seis e sete da manhã, mas a apenas 20 ou 30 quilômetros por hora à tarde. O que fazemos é combinar esse banco de dados de padrões históricos de tráfego com as condições do tráfego ao vivo e usamos o aprendizado de máquina para gerar previsões com base em ambos os conjuntos de dados”, explica.

Contudo, esse sistema não é estático e depende de atualizações frequentes. Lau ressalta que, em função da pandemia da Covid-19, por exemplo, que vem gerando padrões bastante abaixo dos que haviam anteriormente, foi necessário atualizar os modelos para torna-los mais ágeis, priorizando padrões de semanas mais próximas e abaixando o nível de prioridade de padrões anteriores.

Selecionado rotas

Os modelos de previsão de tráfego do Google Maps também servem para que o aplicativo determine as alternativas de rotas que o usuário pode percorrer. “Se previrmos que o tráfego provavelmente ficará pesado em uma direção, encontraremos automaticamente uma alternativa de menor tráfego. Também analisamos vários outros fatores, como a qualidade da via. A via é pavimentada ou coberta de cascalho, sujeira ou lama? Elementos como esses podem tornar uma estrada difícil de dirigir e é menos provável que a recomendemos como parte de seu trajeto. Também observamos o tamanho e a direção de uma via. Dirigir por uma rodovia é geralmente mais eficiente do que pegar uma estrada menor com várias paradas”, considera Lau.

Para que as recomendações de trajetos sejam seguras, Lau destaca que os dados confiáveis ​​de instituições locais e o feedback em tempo real dos usuários são fundamentais. “Os dados oficiais permitem ao Google Maps saber sobre os limites de velocidade, pedágios ou se certas estradas estão restritas devido a imprevistos, como obras ou imposições da Covid-19 . Os relatórios de incidentes dos motoristas permitem que o Google Maps mostre rapidamente se uma estrada ou faixa está fechada, se há obras nas proximidades ou se há um veículo desativado ou um objeto na via. Ambas as fontes também são usadas para nos ajudar a entender quando as condições das estradas mudam inesperadamente devido a deslizamentos de terra, tempestades ou outras forças da natureza”, esclarece.

Por fim, Johann Lau explica como tudo isso funciona na prática. “Digamos que você esteja indo para uma consulta médica do outro lado da cidade, dirigindo pelo caminho que costuma seguir para chegar lá. Quando você sai de casa, o tráfego flui livremente, sem indicação de interrupções no caminho. Com as previsões de tráfego do Google Maps combinadas com as condições de tráfego em tempo real, informamos que, se você continuar em seu trajeto atual, há uma boa chance de, cerca de 30 minutos após o início da viagem, você ficar preso em um engarrafamentos,  o que significaria perder a consulta. Como resultado, o Google Maps redireciona você automaticamente, usando o conhecimento sobre as condições das estradas e incidentes nas proximidades, ajudando a evitar o congestionamento e chegar ao seu compromisso a tempo”, conclui.

 


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