Economia & Finanças

12 dicas para você fazer um bom planejamento financeiro pessoal

Com a inflação novamente batendo à porta, o controle das finanças pessoais, que é uma necessidade em qualquer época, se torna obrigatório para quem quer ter um mínimo de previsibilidade no orçamento e tranquilidade no pensamento. De fato, além de suportar aquelas despesas de todos os meses, também é importante pensar nas formas de usufruir as  coisas boas da vida e, ao mesmo tempo, de manter as reservas para o futuro, o que se torna impraticável sem um cuidado especial com o dinheiro.

Confira a seguir 13 dicas sobre como fazer um bom planejamento financeiro que vão ajudar você nesse sentido.

1. Equacione as dívidas

Ter uma dívida nem sempre é sinônimo de descontrole financeiro e, às vezes, um gasto mensal pode nem significar uma dívida, de fato. Quem paga um consórcio, por exemplo, ou o financiamento de um imóvel, desde que os valores das parcelas mensais estejam em patamares confortáveis, pode encarar os pagamentos como uma forma de investimento e não de quitação de dívida.

Para casos assim, os especialistas indicam que o valor da parcela nunca deve ultrapassar a 30% da renda mensal. Mas, é claro, quanto mais baixo for esse comprometimento menor será a dificuldade de cumprir o compromisso.

Por outro lado, aquelas dívidas contraídas por impulso de consumo, que não significa ganhos reais de patrimônio ou atendimento de necessidades inevitáveis, precisam ser vistas com muita atenção. Eliminá-las ou reduzi-las ao máximo já é um grande passo para que deseja obter um bom controle financeiro.

Outro aspecto que precisa ser considerado com grande atenção é a pontualidade no pagamento de dívidas, que é fundamental. Afinal, contas atrasadas geram multas e juros, cujos valores poderiam ser utilizados como parte do pagamento de parcelas futuras.

Portanto, quando surge alguma dificuldade de honrar algum compromisso com dívida, o ideal é buscar a renegociação com o credor. Há situações, por exemplo, em que é possível até fazer a portabilidade de uma dívida de um banco para outro que tenha condições mais favoráveis ao cliente.

2. Diferencie a renda mensal líquida dos ganhos extras

Um erro muito comum é a pessoa acreditar que tudo o que ela recebe em salário, aluguéis, investimentos ou de outras fontes regulares compõe a renda dela, o que é uma ilusão. É preciso ter em mente que existem impostos a pagar e outros descontos que devem ser considerados, que precisam ser deduzidos do valor recebido. A renda real, então, é aquela líquida, que, todos os meses, entra no seu caixa.

Além disso, também é preciso entender que algum recurso extra que possa surgir não representa renda. Portanto, se você vende um carro ou um imóvel, por exemplo, o valor recebido não pode ser confundido com renda. Em vez disso, estamos falando de algo que veio de um patrimônio que foi liquidado, ou seja, que se transformou em um dinheiro não vai se repetir mês a mês.

Sobre esse tipo de capital obtido na liquidação de um patrimônio qualquer vale ainda considerar que nele está incluída a parte do recurso que foi desembolsado na aquisição. Ou seja, aquele valor recebido não surgiu do nada é foi obtido graças a um esforço anterior.

O mesmo pode ser dito sobre heranças ou ganhos em jogos de loteria, que são muito eventuais. A menos que sejam valores milionários, que permitam gastos fora do padrão, o ideal para esse dinheiro é direcioná-lo para uma situação reservada do caixa pessoal, que deve ser destinado a algum investimento, que mantenha a consistência do recurso.

Outra situação interessante também seria liquidar alguma dívida que tenha peso importante. Caso contrário, se você incluir aquele dinheiro para custear suas despesas corriqueiras ele vai acabar se diluindo, inclusive em gastos supérfluos.

3. Conheça bem a suas despesas

Enquanto tocam a vida, é muito comum as pessoas cobrirem as despesas mensais sem pensar muito no que elas representam para a saúde financeira, o que não é uma boa ideia. No lugar de agir assim, o melhor a fazer e criar uma lista dos custos fixos existentes — aqueles com água, luz, telefone etc. — para, após um determinado período, você conseguir apurar uma média das suas despesas mensais.

Entender essas despesas é fundamental para direcionar um bom planejamento financeiro.

4. Confronte a sua renda com as suas despesas

A partir do momento em que você tem uma ideia real de quanto custa a sua vida, confrontando esse custo com a sua renda mensal, você terá condições se saber exatamente quanto sobra por mês para cobrir os custos variáveis, para a reserva financeira e para os investimentos.

5. Preste atenção nos mínimos gastos

Outro passo importante no controle financeiro é buscar a clareza para todos os gastos diários que fogem daquele custo fixo. Nesse sentido, é interessante prestar atenção até mesmo para as mínimas despesas, por mais insignificante que aparentem ser.

Pode parecer exagero, mas, não é. Um luxo a mais na sobremesa do restaurante do dia a dia, na cerveja do happy hour e na saída de fim de semana, no acumulado, pode representar algo significativo no final do mês. Você pode até abrir mão desse controle, mas fala isso consciente de que aquela sensação de que parte do seu dinheiro simplesmente sumiu, de fato, não sumiu. Ele foi direcionado exatamente para esses pequenos gastos.

6. Entenda se você realmente precisa de tudo o que compra ou contrata

Por falar nisso, é importante também entender pra onde o seu dinheiro está sendo direcionado nas mais variadas despesas do mês. Assim, é possível considerar se, de fato, aqueles custos são realmente necessários ou se podem ser substituídos por outros mais econômicos.

Por exemplo, a contratação de planos de TV, de internet e de telefonia com franquias excessivas, que às vezes ultrapassam às reais necessidades da pessoa, representam um custo desnecessário, que, portanto, pode ser cortado. O mesmo ocorre com o pagamento de mensalidades de clubes que não são frequentados ou com seguros que oferecem aquelas coberturas que nunca são utilizadas.

Quando você busca esse entendimento, tendo em mente a questão será que essa despesa é realmente necessária?  é possível medir o peso que cada um delas representa sobre o seu orçamento mensal. Quanto mais você confrontar a suas reais necessidades com os tipos de compras e contratações que faz, maior será o seu controle sobre as suas finanças.

7. Procure cortar as despesas prejudiciais

Uma extensão da anterior, essa dica procura um entendimento sobre aquilo que gastamos sem obter em troca algo que seja necessário ou vantajoso. Ao contrário, há despesas que representam prejuízo para a qualidade de vida das pessoas e cortá-las pode representar um ganho considerável para o bolso e para a saúde.

Por exemplo, o gastos frequentes com transporte por ônibus, aplicativo ou táxi em deslocamentos curtos podem ser evitados com saudáveis caminhadas. O hábito de fumar, que tem um custo considerável para a saúde e para o bolso, pode ser simplesmente eliminado.

Porém, é importante destacar que, nesse aspecto, não existem regras rígidas e as medidas deverão ser adotadas de acordo com a viabilidade para cada situação. Ou seja, tudo depende do bom senso na hora dos cortes e do quanto a pessoa está disposta a mudar em suas rotinas para que esse tipo de economia possa ser conquistada.

8. Evite o impulso e a pressa na hora de gastar e compare preços

Adaptando a máxima popular que fala da perfeição, é possível dizer que o impulso e a pressa também são inimigos da economia. Compras feitas sob esse tipo de pressão acabam ocorrendo com uma urgência que impede uma boa análise do mercado, que permite a busca pelos melhores preços.

Portanto, sempre que possível, procure antecipar ao máximo as suas compras e contratações. Assim, você poderá fazer comparações que, em grande parte das vezes, permitem economizar bastante.

9. Defina metas de economia

Quem pretende obter alguma tranquilidade financeira não pode pensar na economia simplesmente como sendo aquele dinheiro que sobra no final do mês. Muito mais do que isso, a pessoa deve estabelecer metas que sejam consistentes, que possam realmente ser alcançadas, e, pra isso, precisa adotar uma postura honesta, que permita cumprir o objetivo.

Nesse sentido, por exemplo, você pode começar definindo uma quantia mensal que, sem comprometer o seu custeio, possa ser guardada. Lembrando que nesse ponto você já conseguiu definir a sua renda e saber exatamente como ela é gasta, você terá condições de fazer essa reserva logo no momento em que o dinheiro do mês chegar às suas mãos.

10. Limite as despesas

As metas de economia devem vir acompanhadas das limitações de despesas, que são sempre oportunas. Nesse busca, inclusive, é possível que você consiga cortar desperdícios e planejar as aquisições, permitindo que elas sejam feitas quando forem verdadeiramente necessárias.

Vale considerar, por exemplo, que gastos com água e energia elétrica frequentemente se tornam elevados em função de desperdícios, que podem ser eliminados. De olho nas suas contas mensais você conseguirá verificar um nível médio de gasto e, a partir daí, buscar mantê-lo abaixo dessa média.

Mas, não é só isso. Despesas com lazer, vestuário, troca de equipamentos — como os celulares —, entre outras, também podem ser controladas de maneira a limitar os gastos mensais.

11. Busque informações sobre investimentos

A Caderneta de Poupança é a forma mais tradicional, simples e segura de investimento, mas ela está muito longe de ser a melhor em termos de rentabilidade. Em posição oposta existem os investimentos de alto risco — como os que são feitos na bolsa de valores —, que podem apresentar rendimentos elevados, ou não.

Ou seja, de um lado você tem os investimentos mais conservadores, de baixa rentabilidade e baixo risco, enquanto do outro estão os que podem ser altamente rentáveis, que também podem dar muito errado. Claro que para o investidor inexperiente a cautela é sempre necessária no início. Com esse espírito, para se decidir sobre a melhor forma de guardar o seu dinheiro, o ideal é buscar a informação segura.

Um amigo ou familiar que entenda do assunto, leituras em sites especializados, cursos e conversas com profissionais ajudam muito nesse sentido. De qualquer forma, independente de onde você encontrará a informação, não deixe de busca-la e esforce-se para nunca deixar o seu dinheiro parado.

Como foi dito no início desse post, a inflação está retornando com força. Isso significa que o dinheiro parado perde poder de compra mês a mês, o que é uma péssima ideia para que pretende fazer um bom controle financeiro.

12. Faça a reserva para as despesas anuais recorrentes

Por fim, vale lembrar que IPVA, IPTU e seguros são aqueles gastos anuais inevitáveis que, em geral, podem ser cobertos com descontos, caso você pague à vista. Portanto, em vez de buscar o parcelamento ao longo do ano, antecipe o valor total, economizando mês a mês o dinheiro necessário para fazer o pagamento integral com desconto.