Meio Ambiente

Energia fotovoltaica

O aproveitamento da energia solar está se tornando a forma mais barata de produzir eletricidade. Pelo menos é o que afirma o Bloomberg New Energy Finance (BNEF), organização norte-americana que reúne dados sobre a geração de energia.
Segundo o BNEF, a razão deste cenário estaria nos investimentos que chegaram ao setor. “O investimento em energia solar passou do nada, literalmente nada, há cerca de cinco anos, para muito”, diz Ethan Zindler, diretor da organização.
No Brasil, ainda que o BNDES tenha aprovado recentemente o financiamento de mais de R$530 milhões para o Complexo Solar de Pirapora (MG), o primeiro do gênero no país, a mini e a microgeração continuam sendo o que há de mais representativo na realidade nacional.

Microgeração

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estima que, até 2024, cerca de 1,2 milhão de residências e de empresas brasileiras estejam utilizando a energia solar para produzir boa parte da eletricidade que consomem.
Pode parecer muito. Porém, diante do potencial energético solar brasileiro, este número é modesto e chega a ser mais acanhado se compararmos o Brasil com o estado da Ca-lifórnia, nos Estados Unidos, onde cerca de 5 milhões de residências utilizam a energia solar para gerar eletricidade.
Por ora, a perspectiva é de que a mini e a microgeração respondam por grande parte da eletricidade proveniente de fontes solares fotovoltaicas nacionais. Segundo a Aneel, até 2030, cerca de 15% da energia elétrica brasileira deverá provir destas fontes.

Distribuição

De acordo com a Resolução Normativa nº 482, de 2012, da Aneel, os micro e os minigeradores de energia fotovoltaica podem permanecer conectados ao sistema de distribuição de eletricidade. Desta forma, quem utiliza essa fonte de geração pode atuar como consumidor ou como fornecedor de energia, dependendo da circunstância.
No momento quando uma unidade geradora não consegue suprir toda a necessidade de energia de uma residência ou de uma empresa, a demanda extra passa a ser retirada do sistema de distribuição da concessionária. Em contrapartida, quando a produção supera o consumo, a energia que sobrar poderá ser injetada no sistema público e o consumidor se transformará em fornecedor de eletricidade.
Pela resolução da Aneel, a quantidade de eletricidade injetada na rede será compensada por um crédito de energia no próprio endereço da geração ou em outro endereço que seja indicado pelo proprietário do sistema fotovoltaico.

Vale a pena?

Segundo o doutor em engenharia elétrica Djeisson Thomas, para que um sistema fotovoltaico seja compensador é necessário que ele cumpra alguns pré-requisitos. A começar pela tempo de incidência da luz solar sobre as placas fotovoltaicas, que deve ser de, no mínimo, quatro horas por dia.
De acordo com o engenheiro, também é preciso avaliar o consumo de energia, que não deve ser menor do que a geração, e o tempo de retorno do investimento, que é, em média, de oito anos. Além disso, Thomas destaca que o sistema pode não valer a pena se for pago por financiamento, uma vez que os juros podem encarecer demais o investimento, o que deve ser avaliado com critério durante o planejamento.
Para avaliar um sistema fotovoltaico de exemplo, o Comunidade Ativa fez uma simulação no Portal Solar, especializado no setor.

Veja os resultados no quadro abaixo.