Mercado ilegal de eletroeletrônicos
Em 2017, mais de 65 milhões de toneladas de equipamentos elétricos e eletrônicos usados foram descartadas no mundo todo. Se fosse preciso transportar tudo isso em um único comboio, seriam necessárias 1,6 milhão de carretas com capacidade para 40 toneladas cada, que formariam uma fila medindo três quartos do comprimento da Linha do Equador. A carga é equivalente a 200 vezes o peso do Empire State Building, o famoso arranha-céu de Nova Iorque, e a 11 vezes o peso da Grande Pirâmide de Gizé, no Egito.
Essas informações são do levantamento mais recente sobre o assunto, publicado em 2013 pela Solving the E-waste Problem Iniciative (StEP), uma iniciativa das Nações Unidas que reúne entidades governamentais e não governamentais de vários países, que assumiram a missão de reunir dados e de propor soluções para os problemas globais da geração de resíduos eletroeletrônicos. Segundo a StEP, uma atualização do estudo será publicada até o início de 2018, com a tendência de confirmar as estimativas anteriores.
Os números não seriam tão alarmantes caso houvesse a destinação correta dos milhões de condicionadores de ar, geladeiras, computadores, impressoras, TVs, smartphones, tablets e de tantos outros aparelhos que são descartados todos os anos pelo mundo afora. No entanto, como apurou a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), entre 60% e 90% dos equipamentos elétricos e eletrônicos e dos resíduos deles resultantes não recebem destinação adequada e são reciclados e comercializados de maneira ilegal. O fato gera enormes prejuízos para a economia dos países, para a sociedade e para o meio ambiente.
De acordo com a Interpol, a cada ano, US$ 19 bilhões em equipamentos eletroeletrônicos usados são negociados ilegalmente em todo o mundo. A organização entende que os grupos que se dedicam a esse tipo de atividade cometem crimes tão graves quanto são os de tráfico de armas e de drogas, os de corrupção e os de ordem financeira. Afinal, além de eles não gerarem recursos para as economias formais dos países onde esta riqueza circula, há a exposição do meio ambiente e da saúde humana a sérios riscos.
A solução para o problema passa pelo consumidor e você pode fazer a sua parte. Para tanto, basta doar para alguma instituição os equipamentos que você já não usa ou destinar os resíduos inservíveis para as empresas com reconhecida capacidade para dar a destinação correta aos materiais (veja no quadro abaixo).