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A mutação inglesa do coronavírus aumenta a gravidade da Covid-19? Confira!

No último dia 14 de dezembro o secretário de Saúde do Reino Unido, Matt Hancoc, anunciou o surgimento na Inglaterra de uma nova linhagem do coronavírus causador da Covid-19 — denominada VUI 02012/01 ou linhagem B.1.1.7. Em novembro, outra variação do SARS-CoV-2 — a cluster 5 — já havia sido detectada na Dinamarca, causando preocupação especial na Organização Mundial de Saúde.

Mas, o que há de concreto até o momento sobre estas mutações? O Comunidade Ativa foi atrás das respostas.

Estamos diante de um novo vírus?

Tecnicamente, sim. Porém, o surgimento de variações do coronavírus não é uma novidade na pandemia. De fato, o vírus que foi identificado inicialmente em Wuhan, na China, não é o mesmo que está circulando pelo mundo.

Ou seja, há algum tempo, já existem novas versões do SARS-CoV-2. Em entrevista ao The Conversation, a pesquisadora microbiana Lucy van Dorp disse que, na verdade, existem milhares de versões do vírus, algumas com apenas pequenas mutações definidoras .

A mais comum, denominada mutação D614G , apareceu na Espanha em fevereiro e se tornou a forma predominante do vírus em todo o mundo. Entre tantas outras, também existe a A222V, que se espalhou pela Europa e que foi associada às férias dos turistas que visitaram a Espanha no de verão.

O vírus inglês aumenta a gravidade da Covid-19?

O epidemiologista Chris Whitty, que chefia o conselho médico do governo do Reino Unido, afirma que, até o momento, não há indícios de que a nova linhagem do vírus altere a gravidade da Covid-19.

Então, qual o motivo de preocupação?

Segundo a pesquisadora Lucy van Dorp, há indícios de que a nova variante do SARS-Cov-2 esteja se tornando dominante perante as demais. A cientista acredita que esta prevalência possa estar associada à expansão mais rápida da doença em determinadas regiões da Inglaterra.

Em sua conta no Twitter, Tony Cox, executivo-chefe do Biocentre, centro de pesquisa britânico que está empenhado na análise da Covid-19, publicou uma sequência que analisa a aceleração na transmissão do vírus (Clique aqui para acessar o tuíte original)

Contudo, Lucy é cuidadosa ao admitir que o contágio mais acelerado que vem sendo observado recentemente também pode estar associado a outros fatores — como o da maior circulação de pessoas em determinados locais, por exemplo.

Contudo, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson declarou que a nova linhagem do vírus pode ser até 70% mais contagiante, fator que seria responsável pela aceleração no surgimento de novos casos. Esta proporção  vem de uma declaração do epidemiologista Erik Volz, do Imperial College London, dada em uma apresentação no YouTube, no último dia 18.

Na apresentação, Volz disse: “É realmente muito cedo para afirmar. Mas, pelo que vimos até agora, (a disseminação do novo vírus) está crescendo muito rapidamente. Está crescendo mais rápido do que jamais cresceu e é importante ficar de olho. Não há um cálculo acertado de quão mais infecciosa pode ser a variante. Cientistas, cujo trabalho ainda não é público, disseram-me números muito mais altos e muito mais baixos do que 70%”.

A variação do vírus pode interferir na eficácia das vacinas?

Segundo a pesquisadora Lucy van Dopp, essa questão ainda não tem uma resposta definitiva. “Embora devamos ter a certeza de que as vacinas estimulam uma ampla resposta de anticorpos para toda a proteína spike (a proteína que o coronavírus utiliza para penetrar nas células), é de se esperar que sua eficácia não seja significativamente prejudicada por mutações. Isso está sendo testado”, diz Lucy.

Entretanto, a pesquisadora não descarta a possibilidade de, como ocorre com as vacinas contra a gripe, os imunizantes contra a Covid-19 precisarem ser atualizados no futuro para acompanharem as variações do vírus. Entretanto, a cientista considera muito cedo para que se faça qualquer avaliação neste sentido.

Então, tendo em vista todas as possibilidades de variação do vírus, enquanto os cientistas buscam conhecê-los com maior propriedade, cabe à população seguir rigorosamente as indicações de prevenção, o que sempre vale a pena repetir: higienizar a mão com frequência, usar máscara adequadamente, manter o distanciamento com relação a outras pessoas, evitar locais onde haja aglomeração e, sempre que possível, permanecer em casa.

 

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