Meio Ambiente

5 argumentos sobre as mudanças climáticas: o que a ciência tem a dizer e o que nós temos com isso?

Que há alguma coisa diferente com o clima do planeta não dá pra duvidar. Numa época, chuvas em excesso. Em outra, longos períodos de estiagem. De repente, um verão abrasador. Ou não. Na sequência, o inverno já não esfria tanto quanto antigamente. E assim vamos vivendo, sem alguma coisa da previsibilidade que era possível no passado.

Diante de tantos fenômenos naturais, surgem informações diversas, que nem sempre ajudam a clarear a situação. Pelo contrário, acabam dando margem para argumentações nem sempre consistentes.

Então, pelo ponto de vista científico, o que é verdadeiro e o que é mito quando o assunto são as mudanças climáticas? No site Skeptical Science (Ciência Cética), que é produzido por um grupo heterogêneo de profissionais de várias áreas que se interessam pelo assunto, o Comunidade Ativa encontrou um levantamento sobre as argumentações mais populares nesta área, que estão acompanhadas de uma análise sobre o que os estudos científicos dizem sobre elas.

Como no site foram listados 200 argumentos, selecionamos os cinco mais frequentes.

Confira!

1. O clima já mudou antes

Sim, é verdade. De acordo com o físico atmosférico Richard Lindzen, o clima está em constante mudança. “Tivemos a era do gelo e períodos mais quentes, quando (por exemplo) crocodilos foram encontrados em Spitzbergen”, diz Lindzen, fazendo referência à presença de animais típicos de climas quentes em uma região norueguesa próxima ao Polo Norte e que é extremamente fria

Entretanto, o Skeptical Sciense destaca que houve ocasiões de mudanças mais lentas, enquanto em outros períodos o clima mudou de forma muito rápida. As eras do gelo ocorreram em longos ciclos, de 100 mil anos. Porém, houve episódios de aquecimento abrupto associados à emissão na atmosfera de grandes volumes de dióxido de carbono (CO2) e de metano, gases que são responsáveis pelo aquecimento global.

Em quase todas as vezes, o aquecimento repentino do planeta levou a danos mais graves do que os causados pelo impacto de meteoros, chegando a provocar a extinção em massa de várias espécies. Contudo, enquanto no passado os gases foram emitidos por fenômenos naturais, hoje as emissões são devidas à ação do homem.

2. A culpa pelo aquecimento global é do Sol

Uma análise mais criteriosa indica que essa afirmação não pode ser verdadeira. De fato, há uma argumentação que indica a coincidência de fenômenos solares ocorridos nos últimos 100 anos com o aquecimento da Terra. Por outro lado, o Skeptical Sciense identificou estudos que apontam que há 35 anos o Sol vem esfriando, enquanto o planeta continua esquentando.

3. O aquecimento global não é ruim

Há quem argumente que as mudanças climáticas podem ser benéficas para a humanidade. O pastor John MacArthur, por exemplo, que é exerce grande influência sobre uma parcela considerável dos Estados Unidos, chegou a dizer que o aquecimento global pode favorecer a lavoura e evitar que pessoas morram de frio.

Mas, o Skeptical Sciense relaciona uma série de impactos negativos sobre a saúde, sobre a economia e sobre o meio ambiente que podem ser causados pelo aquecimento global. Entre eles estão as possibilidades dos oceanos se tornarem ácidos, matando várias espécies, e mais elevados, inundando extensas áreas litorâneas. Junto a isso, entre outros fatores negativos, o sofrimento com verões extremamente quentes pode levar à morte de pessoas mais vulneráveis, como os idosos, e à escassez de água, prejudicando a produção de alimentos.

4. Não há consenso científico em torno do aquecimento global

Em 1998, como resposta à adesão dos Estados Unidos ao Protocolo de Kyoto, o presidente do Instituto de Ciência e Medicina do Estado do Oregon, Arthur Robinson, organizou uma petição para que o governo norte-americano abandonasse o acordo assinado no Japão em 1997, obtendo a adesão de mais de 30 mil cientistas do mundo todo. O principal argumento para o pedido seria a falta de evidências científicas que afirmem que as emissões de gases de efeito estufa pelos humanos têm potencial para causar um aquecimento global catastrófico.

Contudo, o Skeptcal Science revela que, hoje, 97% da comunidade científica reconhecem que esta possibilidade é real.

5. O planeta está esfriando

De tempos em tempos, surge alguém dizendo que, ao contrário do que vem sendo atestado pela ciência, o aquecimento global cessou e que agora o planeta começou a esfriar. Contudo, segundo o Skeptical Sciense, a análise das mudanças climáticas precisa ser feita com base em um conjunto de fatores que abrange inúmeras variáveis, e não somente fenômenos localizados — como o resfriamento de determinadas áreas do globo por um determinado período.

É com base nesta análise que os estudos mais consistentes afirmam que o nosso planeta está esquentando.

E o que podemos fazer diante de tudo isso?

É verdade que um fenômeno de amplitude global exige um posicionamento dos líderes de todo o planeta para que alguma solução efetiva seja encontrada. Porém, isso não significa que a sociedade não possa agir sobre a questão.

Pelo contrário! Não só podemos como devemos agir de forma insistente. O posicionamento correto da sociedade pode pressionar as lideranças a também se posicionarem corretamente.

Nesse sentido, além de declarar publicamente a preocupação com determinado assunto, a fim de promover as ações globais necessárias, os cidadãos também podem atuar no próprio dia a dia. Além disso, podem estimular outras pessoas a fazerem o mesmo.

Com relação às mudanças climáticas, cada um de nós pode, por exemplo, analisar o impacto que causa sobre o planeta e, a partir disso, adotar hábitos de vida que sejam menos impactantes. Afinal, não podemos permanecer inertes, simplesmente assistido  a situação ficar a cada dia mais insustentável.

Uma dica

Para mais informações sobre os temas abordados nessa matéria, acesse os links disponíveis ao longo do texto. Eles remetem às fontes utilizadas aqui. 

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