Saúde & Qualidade de Vida

Inteligência emocional: um recurso que ajuda a lidar com a realidade de forma construtiva

Quem nunca passou por algum momento em que a emoção falou mais alto do que a razão? Quem nunca testemunhou as vezes em que outra pessoa fica irritada com uma situação e acabou reagindo de forma explosiva? Em outras ocasiões, ocorre justamente o contrário e a reação não vem com a firmeza oportuna e a pessoa acaba se submetendo a condições que não gostaria. Ou, ainda, há quem atue de forma extremamente fria e indiferente em momentos que pediriam um pouco mais de energia.

Para qualquer dos casos é possível que a inteligência emocional ajude a obter um comportamento mais adequado e produtivo, o que vale tanto para as relações pessoais quanto para as profissionais.

Mas, o que é inteligência emocional?

O conceito se tornou popular a partir da publicação do livro Inteligência Emocional, do psicólogo americano Daniel Goleman, de 1995, que teve mais de 5 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo. Na época, a Harvard Business Review, publicação vinculada à Universidade de Harvard, definiu a ideia como sendo revolucionária. Porém, ela surgiu em 1920, quando outro psicólogo americano, Edward Thorndike, definiu a inteligência emocional como a habilidade para administrar emoções. Anos mais tarde, também dos Estados Unidos, em artigo publicado em 1990, os pesquisadores Peter Salovey e John D. Mayer estabeleceram a base teórica do conceito, que parte de um princípio tão simples de compreender que caminha para o óbvio. Afinal, a inteligência emocional se manifesta quando o indivíduo consegue lidar com as próprias emoções de forma inteligente. Contudo, para chegar a esse ponto é preciso estimular os dois hemisférios do cérebro — esquerdo e direito — para  atuarem de maneira equilibrada, o que, para algumas pessoas, não é tão simples assim. É sabido que o hemisfério cerebral esquerdo é o racional, responsável pelas tarefas analíticas e lógicas. Ou seja, é ele que comanda o pensamento linear, que é utilizado na interpretação matemática e no uso da linguagem. O direito, por sua vez, atua sobre as atividades emocionais, ligadas à interpretação e a compreensão, à expressão artística, à intuição e à capacidade de síntese. Quando os dois funcionam de maneira conjunta, na medida certa, tudo costuma fluir de forma muito mais tranquila, mas nem todo mundo nasce com essa habilidade.

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra

Em geral, quem tem o lado esquerdo dominante consegue conduzir as situações com maior tranquilidade, o que é adequado em muitos casos. Por exemplo, se o carro fura o pneu à noite em uma estrada erma, agir com mais frieza para fazer a troca é melhor do que deixar que as emoções geradas pela insegurança tomem conta. Porém, essa mesma frieza não é nada oportuna quando a  manifestação de alegria, de gratidão ou de compaixão, entre outras emoções, se faz necessária, como frequentemente acontece nos relacionamentos interpessoais que pedem mais calor humano. Por outro lado, as pessoas que têm o hemisfério direito mais ativo podem se entregar mais facilmente às emoções, que são necessárias nos momentos de criação artística, de expressão de sentimentos e que, dependendo da forma como se manifestam, podem ajudar bastante nas relações afetivas — ou atrapalhar, se não forem bem dosadas. Afinal, há casos em que a presença de delicadeza no trato é conveniente, enquanto outros pedem uma atitude mais firme, como as que são necessárias à proteção pessoal e de outras pessoas. Porém, a efusão, a introspecção e até a cautela, entre tantas outras reações que as emoções provocam,  quando passam dos limites, certamente, podem criar algum problema.

Colocando as emoções nos trilhos

Quando a pessoa consegue estabelecer o equilíbrio entre a razão e a emoção ela conquista uma série de benefícios, seja na relação consigo mesma, seja nos relacionamentos profissionais e interpessoais. Entretanto, nem todo mundo tem essa habilidade nata, mas a boa notícia é que, como tantas outras, ela pode ser aprendida. Buscar conhecer as próprias emoções e aprender a controla-las permite que elas sejam utilizadas na medida certa e nos momentos adequados. Para tanto, é preciso sair do automático e prestar atenção nas reações que surgem diante dos fatos que acontecem ao redor. Isso não significa que o lado emocional deva ser reprimido. Ele deve apenas ser controlado. A ajuda de pessoas confiáveis ou mesmo de profissionais pode ser bastante útil nesse sentido, evitando que sentimentos negativos sejam acumulados e permitindo que as impressões com relação a pessoas e a situações sejam melhor compreendidas. No princípio do processo é possível que surjam dúvidas quanto ao real valor que ele possa representar para a vida. Porém, com alguma persistência, ao longo do tempo, a autoconfiança e a paciência no desenvolvimento de novas habilidades emocionais vão sendo reforçadas e, no final, os resultados se mostram bastante compensadores.  


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