Pets

Benefícios e compromissos que acompanham a adoção de um pet

Ter ou não ter um animal de estimação? Esta é uma pergunta muito frequente entre as pessoas que pensam em adotar um pet, mas quem nunca tiveram experiência anterior com criações, e ela faz muito sentido.

Afinal, ter um cachorro, um gato ou outro bicho qualquer em casa dá trabalho, significa uma despesa considerável e exige responsabilidade. Além disso, também é preciso entender que os pets não são brinquedos ou objetos que possam ser tratados à revelia do que sentem ou do que desejam ou que simplesmente possam ser descartados, seja lá por qual motivo for.

Ao contrário, como seres sencientes que são — ou seja, seres que são sensíveis ao ambiente e às pessoas que os cercam, sobre os quais colecionam impressões e às quais reagem na medida do que lhes é ofertado —, eles têm necessidades e vontades próprias que, em grande medida, precisam ser respeitadas e atendidas. Portanto, além dos benefícios que um animal de estimação pode proporcionar, também é preciso avaliar os compromissos que a adoção representa.

Benefícios

De acordo com a psicóloga Thaiana Brotto, que é especializada em Terapia Comportamental, adotar um pet oferece benefícios concretos. “Existem inúmeras pesquisas e vídeos, que podemos acessar pela internet, em que é comprovado que a convivência entre animais e seres humanos traz alegria, qualidade de vida e bem-estar ao convívio, tanto familiar quanto para aqueles que moram sozinhos”, ela explica.

Thaiana destaca aspectos a seguir, que reforçam essa ideia.

  • Os pets podem curar a solidão e ajudam a diminuir o estresse e até a depressão. “O próprio nome diz: animal de estimação. Ou seja, é estar numa relação de carinho e afeto, ser estimado por alguém. Isso, por si só, já, automaticamente, estabelece uma correlação direta com o nosso estado depressivo ou de ansiedade e estresse”, considera a psicóloga.
  • Eles restauram o amor próprio. “Ter um animal de estimação também estimula o sistema límbico do cérebro, ligado às emoções. Da mesma forma que os animais estreitam laços de carinho incondicional, essa relação gera mais autoestima, fazendo a pessoa ter outra forma de lidar consigo e de começar a se gostar”, diz Thaiana.
  • O animal de estimação proporciona enriquecimento social. “A estimulação criada pela rotina de levar para passear ou propiciar jogos recreativos faz com que a vida social seja mais prazerosa do que a reclusão.
  • O pet cria responsabilidade. “Manter um animal de estimação criará senso de responsabilidade para com ele, já que será necessário ter uma rotina diária de alimentação, cuidados, higiene, levar para fazer seus exercícios etc. E isso para pessoas que possuem depressão é excelente e saudável”, avalia a psicóloga.

Por fim, Thaiana aponta observações científicas que conectam o sentimento de felicidade com os demais benefícios associados à adoção de um pet. “Cientificamente, a relação de afeto, cuidado e sensibilidade aumenta os níveis de oxitocina, que estimulam, por sua vez, a produção de serotonina e dopamina”, ela explica.

Vale observar que a serotonina e a dopamina são neurotransmissores que atuam no cérebro regulando o humor, sono, apetite, ritmo cardíaco, temperatura corporal, sensibilidade, funções cognitivas e emoções. Portanto, o estímulo à produção do hormônio oxitocina cria condições para que todas essas áreas também melhorem, contribuindo para que a pessoa se torne mais feliz.

Compromisso

Entretanto, antes de buscar os benefícios da adoção, é preciso considerar que todos eles exigem contrapartidas que não podem ser negadas. Pra isso, é necessário haver tempo e disponibilidade financeira para atender às necessidades básicas do animal de alimentação, higiene e saúde. Ao mesmo tempo, é preciso haver disposição para dedicar a ele respeito, atenção e muito carinho.

Para o médico veterinário Eder França da Costa, conversar com um veterinário antes da adoção pode ajudar bastante na tomada de uma decisão acertada. “Nessa conversa, o profissional poderá fazer uma avaliação das condições do futuro tutor e indicar qual espécie ou raça que mais se encaixa ao perfil da família”, diz.

Respeitadas essas premissas, na grande maioria das vezes, o resultado da adoção costuma ser o melhor possível, tanto para o tutor quanto para o animal.

Por fim, vale uma dica adicional: se de fato você deseja estabelecer uma convivência de profundo afeto com um bicho, em vez de comprar, prefira adotar os que estão precisando de um lar.