Saúde & Qualidade de Vida

Enquanto CDC alerta para transmissão pelo ar, BH pode ter 220 mil contaminados pelo novo coronavírus

Nesta segunda-feira, 6 de outubro, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos atualizou as informações  referentes à forma de transmissão do vírus SARS-CoV-2, o novo coronavírus. No site do organismo dedicado à Covid-19 foram reafirmadas as formas já consagradas de contágio pela doença — que são pelo contato direto ou pela proximidade entre uma pessoa contaminada e uma pessoa sã. Contudo, após uma revisão, o CDC admitiu a possibilidade de transmissão do vírus pelo ar — que já era considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Transmissão pelo ar

De acordo com o próprio CDC, algumas infecções podem ser transmitidas a partir da exposição ao vírus que se abriga em pequenas gotículas e em partículas suspensas no ar, condição que pode permanecer por minutos ou até por horas. Essa possibilidade de infecção é conhecida como “transmissão pelo ar” e pode atingir, inclusive, pessoas que estão a mais de dois metros de distância da pessoa infectada ou mesmo depois que aquela portadora do vírus deixou o ambiente.

Na nota divulgada o CDC destaca evidências de transmissões que ocorreram desta forma em espaços fechados com ventilação inadequada. O comunicado também ressalta que, ás vezes, a pessoa infectada estava cantando ou praticando exercícios, situações que, de acordo com os cientistas, podem criar uma concentração de vírus que é suficiente para que ele se espalhe pelo ambiente, infectando outras pessoas que estavam ali no mesmo momento que ela ou até depois.

Entretanto, o organismo frisa que os dados disponíveis indicam que esta possibilidade de transmissão pelo ar e menos comum do que aquela que ocorre quando há proximidade entre uma pessoa infectada e outra não infectada.

Situação em Belo Horizonte

O alerta do CDC foi divulgado no mesmo dia em que a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) emitiu o Boletim Epidemiológico nº 118, que atualiza dos dados da Covid-19 na capital. Segundo a PBH, houve uma elevação no número médio de transmissão por infectado (RT), que passou de 0,94 em 02 de outubro, data de divulgação do Boletim nº 117, para 1,02, retornando o índice para o nível de alerta amarelo. Isso significa que, na média, cada infectado existente na cidade está transmitindo o novo coronavírus para 1,02 pessoa.

Por sua vez, a taxa de ocupação de leitos de UTI destinados à Covid-19 subiu de 37,9% no dia 02 para 39,9% na ultima divulgação, permanecendo ainda no nível de alerta verde. Por outro lado, houve melhora na taxa de ocupação de leitos de enfermaria, que caiu dos 35,4% do Boletim 117 para 33,7% no 118, o que mantém a situação no nível verde.

Monitoramento dos esgotos

Há 39 semanas, uma iniciativa conjunta da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis – UFMG), em parceria com a Copasa, com o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES), vem monitorando a rede de esgotos de Belo Horizonte e de Contagem na busca por indícios do SARS-CoV-2 nas amostras coletadas. Por este monitoramento é possível identificar a concentração do vírus nas regiões pesquisadas e, por consequência, acompanhar o estágio de disseminação da doença nas cidades.

No Boletim de nº 16, divulgado no dia 25 de setembro, as informações eram bastante animadoras. Afinal, os pesquisadores haviam detectado uma grande redução no número de possíveis infectados em Belo Horizonte, que estariam na casa das 60 mil pessoas naquela data, contra os 500 mil contaminados que teriam sido identificados em julho, no auge da pandemia. Ao mesmo tempo, percebeu-se que uma das nove regiões da bacia do Arrudas monitoradas já não apresentava traços do vírus, o que estava se repetindo pela segunda semana consecutiva.

Entretanto, a partir do Boletim de nº17, divulgado em 2 de outubro, ficou evidente que aquele quadro antes positivo sofreu um considerável revés. Novamente, todas as regiões monitoradas nos ribeirões Arrudas e Onça apresentaram contaminação pelo novo coronavírus, com 100% de amostras positivas nas duas bacias. De acordo com os métodos utilizados na pesquisa, estima-se que 220 mil pessoas estejam infectadas pela Covid-19 na capital, o que indicaria um aumento da circulação do vírus em BH.

A pandemia não acabou

Portanto, permanece o alerta para a continuidade da pandemia, que deve ser reforçado pela constatação admitida pelo CDC da transmissão do vírus pelo ar. Sendo assim, continuam válidos todos os protocolos de segurança — de uso de máscara, de higienização das mãos e de afastamento social —, que devem ser acrescidas de mais algumas precauções. De preferência, não frequente ambientes fechados e mal ventilados. Se a visita for inevitável, não dispense a máscara em nenhum momento e permaneça no local o tempo que for estritamente necessário.

E nunca é demais lembrar: só sai de casa quando realmente for necessário!

 

 

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