Saúde & Qualidade de Vida

Vacina contra a Covid-19: saiba como se cadastrar para os testes da UFMG

A Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) abriu o cadastro para as pessoas interessadas em participarem voluntariamente dos testes da vacina Ad26.COV2.S, em desenvolvimento pela farmacêutica norte-americana Johnson & Johnson. Os participantes devem ter idade a partir de 18 anos e precisam preencher um formulário, destinado coletar dados pessoais e de saúde dos candidatos.

Após a análise dos perfis, que será feita sob a supervisão do Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG, os candidatos selecionados serão contatados por um representante da Universidade, que se encarregará de passar informações complementares sobre as eventuais participações. Portanto, o simples preenchimento do formulário não é garantia de que a pessoa participará da testagem.

Rede internacional

Em sua primeira participação como centro colaborador da rede internacional CoVPN, a UFMG testará vacinas e anticorpos monoclonais produzidos por diversos laboratórios para combater o vírus SARS-CoV-2. O objetivo é testar diferentes produtos com o máximo rigor científico possível para obter resultados consistentes.

Os centros vinculados à CoVPN e à Johnson & Johnson farão o recrutamento de 30 a 60 mil participantes nos seguintes países: Argentina, Brasil, Chile,  Colômbia, México, Peru, África do Sul e Estados Unidos. No Brasil, a Faculdade de Medicina da UFMG é a responsável por testar esta candidata à vacina em até dois mil participantes.

Fase 3

O estudo faz parte da fase 3 da vacina Ad26.COV2.S, candidata da Johnson & Johnson. As etapas anteriores realizaram testes de avaliação da segurança e da  imunogenicidade, que é a capacidade de uma vacina gerar respostas em voluntários sadios. A fase 3 é a última etapa que antecede o registro das vacinas nas agências reguladoras, responsáveis pela liberação para uso pela população geral.

A vacina da Johnson & Johnson utiliza como vetor um adenovírus humano que não tem capacidade de se replicar, no qual é inserido o material genético do SARS-CoV-2. Os resultados dos primeiros testes da Ad26.COV2.S indicam que ela é bastante promissora. Além da boa potência imunogênica detectada, já se sabe que uma única dose da vacina é suficiente para a imunização, o que não ocorre com outros produtos que estão em desenvolvimento.

Condições

Inicialmente, a vacina será testada em grupos de pessoas com idade de 18 a 60 anos que não apresentem patologias prévias. Após constatada a segurança do produto, haverá a segunda etapa, com a testagem em pessoas da mesma faixa etária, mas que apresentem alguma comorbidade — obesidade, problemas cardíacos, hipertensão arterial, entre outras.

Diferente de outros testes que estão em andamento, a seleção dos candidatos que está sendo feita pela UFMG não estabelece critério de ocupação profissional — como o ser profissional da saúde, por exemplo. Em vez disso, a expectativa é de que o conjunto de voluntários reflita ao máximo a diversidade populacional, segundo variáveis como faixa etária, condição social, raça e gênero, tendo como prioridade o alcance de quaisquer pessoas que corram mais risco de infecção pelo novo coronavírus.

Duplo cego

Da mesma forma como ocorre em outros estudos de avaliação da eficácia de um fármaco, na testagem que está sendo iniciada pela UFMG, um sorteio fará a divisão dos participantes em dois grupos. Um deles receberá um placebo — uma substância neutra —, enquanto o outro que receberá a vacina verdadeira. Nesse estudo conhecido como “duplo-cego“, pacientes e investigadores não sabem quem recebeu o placebo e quem recebeu o produto real.

Todos os voluntários serão acompanhados por 24 meses. Após a confirmação da eficácia da vacina, aqueles que tomaram o placebo terão prioridade recebê-la logo que ela for liberada pelos órgãos reguladores.

O Termo de Consentimento que há junto ao formulário de cadastro (clique aqui para acessar) apresenta informações complementares sobre a pesquisa. Em caso de dúvida ou se houver a intenção de apresentar alguma sugestão, o pesquisador responsável pela testagem, professor Jorge Pinto, coloca-se à disposição para atendimento pelo e-mail: COV3001.UFMG@gmail.com e pelos telefones 31- 34099111 e 31-98205-5076. O Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG também está disponível pelo email coep@prpq.ufmg.br e telefone 31 34094592.

Fonte: Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina