Tecnologia

Dos primeiros celulares à tecnologia 5G, que está chegando ao Brasil

Hoje em dia, depender de um local específico para fazer uma chamada telefônica é algo que não faz qualquer sentido para a maior parte dos brasileiros. De acordo com o IBGE, 80% da população do Brasil possui telefone celular, com ou sem acesso à internet. Desse total, cerca de 98% também utilizam o aparelho para acessar a web, o que torna  tecnologia tão presente na vida das pessoas que até parece todas as facilidades que ela oferece sempre existiram.

Porém, é claro, como ocorre com todos os recursos tecnológicos, a rede de telefonia móvel também passou por uma evolução ao longo dos anos e continua avançando. Na década de 1990, quando chegou ao Brasil, por exemplo, os celulares estavam reservados a uns poucos usuários que podiam arcar com o custo do aparelho e da própria linha — sim, na época as linhas eram compradas —, que não eram baixos. Mesmo assim, ainda que em tese fosse possível acessar a internet utilizando a tecnologia disponível, ela só se prestava mesmo para realizar chamadas de voz e para enviar e receber mensagens de texto por SMS e nada mais.

Somente nos 2000, a partir do desenvolvimento de equipamentos mais eficientes, o acesso à internet utilizando celulares se tornou de fato popular. Mais do que isso, se tornou essencial à vida das pessoas, exigindo que tecnologias mais sofisticadas fossem desenvolvidas, o que foi feito, até chegar à atual 5G, como é denominada a rede móvel de quinta geração.

Do 0G analógico para o 2G digital

Os celulares começaram a ser desenvolvidos logo após a Segunda Guerra Mundial e passaram a ser usados, ainda que de forma restrita, já na década de 1950, quando os aparelhos da chamada geração zero, de grande porte, eram instalados no porta-malas dos automóveis. Contudo, os equipamentos de primeira geração — que poderíamos definir como sendo 1G — só passariam a ter um uso mais amplo nos anos 1970, quando foram lançados telefones considerados portáteis para os padrões da época. Aqueles padrões, aliás, não eram nada exigentes, uma vez que os telefones pesavam cerca de um quilo e tinham 30 centímetros de altura.

Naquele tempo, os pulsos gerados pela telefonia analógica eram transformados em ondas de rádio e transmitidos dos aparelhos para as centrais e vice-versa. Para que os telefones se tornassem menores e mais confortáveis era preciso utilizar a tecnologia digital, que só viria em 1991, quando a primeira transmissão de segunda geração — ou 2 G — foi realizada na Finlândia, abrindo caminho para a popularização dos celulares.

Conectado à internet

Em 1998, os japoneses lançaram uma terceira geração de telefonia móvel, que buscava alcançar maiores velocidades na transmissão de dados, criando possibilidades para usos mais exigentes do celular — como o que ocorrem em chamadas de vídeo e na conexão com internet. Porém, considerando que apresentava instabilidades, o sistema precisou ser aprimorado, só alcançando os níveis necessários para a comercialização no final dos anos 2000. Com o lançamento do iPhone em 2007 e a criação do sistema operacional Android pela Google no ano seguinte, a telefonia celular passou por uma transformação radical. A partir da tecnologia 3G, os celulares se transformaram nos smartphones, os aparelhos multiuso que se tornaram indispensáveis à vida moderna.

Quarta geração ainda mais rápida

Com o lançamento de aparelhos cada vez mais eficientes, a chamada por voz deixou de ser a estrela solitária da telefonia móvel e passou a dividir espaço com as múltiplas funções que a internet proporciona. Com isso, usar o telefone para jogar, assistir vídeos, realizar operações bancárias e utilizar as infinitas funcionalidades que os tantos outros aplicativos oferecem passou a exigir uma taxa de transferência de dados muito maior e que também precisava oferecer maior segurança aos usuários.

Para atender a esta e a outras demandas, foi desenvolvida telefonia móvel de quarta geração, a 4G, hoje amplamente utilizada no Brasil.

Finalmente, a 5G

Em 2020, finalmente chegou ao Brasil a rede móvel 5G, de quinta geração, que aprimora ainda mais as vantagens já ofertadas pela 4G. Isso significa maior velocidade na internet e, consequentemente, menor latência, que é o tempo necessário para que uma transferência de dados seja realizada.

Além disso, a nova tecnologia permite a conexão simultânea de bilhões de dispositivos sem que haja perda de qualidade no sinal. Com alta velocidade, é possível obter uma experiência única com a internet, seja em jogos, em vídeos e em transmissão de dados, inclusive com acesso quase instantâneo a serviços em nuvem.

Com a quinta geração, como as transmissões e as recepções de dados se tornarão mais rápidas e confiáveis, o uso profissional da internet também será melhorado de maneira significativa. Por exemplo, trabalhos colaborativos acontecerão com maior eficiência, a transferência de dados científicos ocorrerá de forma mais rápida e as operações financeiras serão realizadas com velocidade e segurança muito maiores.

Desde julho passado, a tecnologia já vem sendo testada no Brasil, inclusive em uma versão conhecida como 5G DDS, que seria uma etapa intermediária bastante satisfatória entre o 4G e o 5G. Contudo, o 5G, de fato, deve começar a operar amplamente no país somente após a o leilão que a Anatel realizará no ano que vem.