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Com mais funcionalidades e mais seguro, Pix exige a atenção do usuário contra golpes

Com as novas funcionalidades do saque e do troco que foram incorporadas ao Pix, a expectativa é de que o sistema passe a ser utilizado com frequência ainda maior pelos consumidores e fornecedores de produtos e de serviços que já aderiram à nova modalidade de pagamentos e de recebimentos. Vale lembrar que o Pix Saque permite a estabelecimentos credenciados atuarem como espécies de caixas dos bancos, onde o cliente poderá sacar quantias com limite máximo de R$500 durante o dia e de R$100 no período noturno. Na opção para troco são seguidos os mesmos valores e horários dos saques.

Entretanto, se por um lado as novas funções trouxeram praticidade ainda maior para o dia a dia das pessoas, por outro, com elas também surge a necessidade de aumentar a atenção na hora de realizar as operações. O alerta parte do Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). “As regras de segurança para utilização dessa ferramenta devem ser sempre observadas. Entre elas os cuidados com o uso da senha e a verificação se, de fato, o local de destino da transferência é realmente o estabelecimento comercial em que a transação está sendo realizada” observa Marcelo Barbosa, presidente da instituição.

Mais seguro

Desde o último dia 16 de novembro, estão vigorando as novas regras do Pix que visam aumentar a segurança do sistema. Entre as medidas está o bloqueio por até 72 horas de transações que possam ser consideradas suspeitas e a obrigatoriedade de notificações de fraudes, que antes eram facultativas. “Espera-se que o mecanismo seja mais usado, ajudando a difundir no Sistema Financeiro Nacional as informações relevantes para as análises, pelas instituições, de transações fraudulentas, de modo a coibir possíveis irregularidades”, afirmou o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central (BC), João Manoel Pinho de Mello.

Segundo o BC, ao mesmo tempo foram implantados novos recursos de proteção de dados e aumentada a responsabilidade das instituições financeiras com relação às transações realizadas via Pix. O BC destaca que as medidas buscam incentivar os participantes a aprimorarem continuamente os próprios mecanismos de segurança e de análise de fraudes.

Todo cuidado é pouco

Porém, ainda que os bancos estejam mais comprometidos com o aprimoramento do sistema a fim de torna-lo mais seguro, a atenção do usuário não pode ser dispensada. Nesse sentido, é importante conhecer os golpes mais comuns, como os da relacionados abaixo pela instituição de proteção ao crédito Serasa.

Site falso

Golpistas estão criando páginas falsas na internet que roubam os dados bancários da vítima. O golpe ocorre no momento em que o usuário acessa um link enviado por aplicativo de mensagem ou por email que remete a uma página onde, supostamente, deveria ser cadastrada a chave Pix.

Acreditando que está em uma página verdadeira, a pessoa registra dados diversos que possibilitam que a conta bancária seja invadida e utilizada de forma indevida. Por isso, antes de inserir qualquer dado em um formulário eletrônico, é indispensável certificar se aquela página de fato pertence ao banco.

Golpe da “falha no Pix”

Esse golpe se sustenta na chamada engenharia social, que utiliza métodos de convencimento que, muitas vezes, são utilizados em ações criminosas.  No caso do Pix, a armadilha se apresenta na forma de uma promessa de vantagem para o usuário desavisado e que deseja lucrar de forma indevida.

A ação começa com o envio de uma mensagem para a vítima dizendo que existe uma falha no Pix que faz com que o sistema restitua quantias em dobro ou com valores ainda maiores para usuários que fizerem transferências para uma determinada chave. É claro que a chave informada está vinculada à conta do bandido.

De fato, pode parecer impossível que alguém caia nessa, mas, acredite, acontece com usuários mais vulneráveis, como os idosos e pessoas mais crédulas.

Clone do WhatsApp

Esse é um golpe que antecede o Pix mas que se tornou mais eficiente com o novo sistema. Por ele, o golpista clona o mensageiro da vítima e, a partir da lista de contato, passa a pedir dinheiro emprestado via Pix.

Para se prevenir, jamais informe códigos ou outras dados do WhatApp para desconhecidos e nunca faça transferências sem antes confirmar por telefone se a pessoa que fez o pedido é realmente aquela que diz ser.

Perfil falso no Whatsapp

Também é possível que o golpista recorra à criação de perfis falsos no WhatsApp, simulando pessoas reais que são do círculo familiar ou de amigos da vítima em potencial. O golpe começa com uma mensagem informando à vítima que aquela pessoa fez a troca do número do telefone, que, a partir daquele momento, passará a ser o indicado na mensagem. O passo seguinte é o mesmo do WhatsApp clonado.

Portanto, mais uma vez, a recomendação é buscar a confirmação das informações recebidas

SAC falso

Outra modalidade bastante comum é a criação de contas no WhatsApp que tentam se passar por centrais de atendimento de bancos ou de outras instituições. A partir daí o golpista solicita informações sigilosas ou envia links maliciosos.

Mais uma vez, procure sempre confirmar a veracidade das mensagens recebidas e nunca acesse links suspeitos ou envie mensagens com dados pessoais.

Dicas do Serasa

Para evitar cair em armadilhas, o Serasa recomenda ainda:

  • sempre conferir o remetente de e-mails recebidos e não acessar páginas suspeitas;
  • nunca clicar em links recebidos por e-mail, WhatsApp, redes sociais ou SMS para cadastro da chave do Pix — pra isso, sempre visite o site ou o aplicativo do seu banco ou entre em contato com a Central de Atendimento para confirmar se a comunicação é verdadeira;
  • cadastrar chaves Pix somente em canais oficiais dos bancos, como aplicativo bancário, Internet Banking ou agências;
  • nunca compartilhar o código de verificação recebido quando você realiza o cadastro da chave Pix;
  • jamais realizar cadastro no Pix a partir de ligações telefônicas ou contatos pelo WhatsApp — essa prática não existe;
  • não fornecer senhas ou códigos de acesso fora do site do banco ou do aplicativo.