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Um parque pra revitalizar: longe da sua melhor forma, JK pede atenção

Muitos o conhecem como a “Praça JK”. Mas, de fato, na ampla área plana e ajardinada existente na Avenida Bandeirantes, no Sion, desde 1995, está o Parque Municipal Juscelino Kubitschek, que se estende por cerca de 28 mil metros quadrados. Próximo à nascente do Córrego Acaba Mundo e vizinho à vila com o mesmo nome, ali existe um lugar muito especial para o belo-horizontino, que o procura para atividades variadas.

Fazer caminhadas e outros exercícios físicos, liberar a criançada para brincar, participar das feirinhas e de aulas diversas e levar os cães para passear estão entre os objetivos dos visitantes do JK. Porém, o Parque não se encontra em seu melhor estado de conservação, como aponta quem o visita regularmente.

Prós e contras

Um dos frequentadores habituais do Parque JK é o educador físico José Eduardo Duarte, morador do Vila da Serra. A cada 15 dias, ele leva alunos para se exercitarem no JK e, com frequência maior, também vai lá a passeio, inclusive com o seu cachorro. “O espaço é grande, bem localizado e atende a vários públicos. Tem o parquinho para as crianças, a academia da terceira idade, a quadra, a pista de cooper. São muitos pontos positivos, que são bem aproveitados”, diz.

Porém, o educador físico observa questões que não condizem com a boa frequência local. “A conservação não é a ideal. A gente nota que o piso, os gramados e os arredores poderiam ser melhor cuidados. Também poderia haver a revitalização do parquinho e da quadra e algo para atender aos cachorros”, destaca.

Moradora da Região da Pampulha, a passeadora de cães Rafaela Diniz concorda que uma estrutura voltada para os pets e o maior cuidado com a manutenção do JK são pontos importantes, que deveriam ser atendidos pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Contudo, Rafaela ressalta que a po-pulação também deveria par- ticipar do esforço para melhorar o Parque. “A gente vê muitos cães sem coleira e há pessoas que não catam as fezes dos cachorros que levam pra passear. O parque tem muito lixo, por-que as pessoas não usam as li-xeiras”, reclama.

A atriz Diorela Kelles é outra frequentadora assídua do Parque JK. Pelo menos uma vez por semana, ela faz caminhadas ali ou passeia com o namorado e com os cachorros e encontra os amigos. “Vejo mui-tos aspectos positivos no Parque. Tem as aulas de dança, de yoga, as feiras. Gosto também da boa integração com a comunidade”, ela diz.

Diorela faz coro com quem sente falta de uma área destinada aos cães no JK e cita como problema as eventuais poças de água que surgem. A atriz acredita que a comunidade poderia adotar iniciativas para melhorar a qualidade do Parque. “Podemos pensar em mais oficinas e mais aulas abertas. Como atriz, eu me animaria a fazer algumas apresentações por lá”, diz.

Ideias

Segundo o presidente da Amoran, Carlos Alberto Rocha, as reclamações com relação às condições do JK estão se repetido ultimamente. “As pessoas estão reclamando do estado de conservação que, de modo geral, está muito longe do que deve existir em um espaço público com qualidade. Muitas lamentam o fato de o Parque servir a tantos visitantes e não receber da PBH a atenção que merece.

Também ouvimos sobre a oportunidade de empresas apoiarem as ações e não falta quem reclame do mal comportamento de alguns frequentadores”, conta.
Para Carlos Alberto, o investimento público em melhorias somado à união entre a iniciativa privada e a comunidade pode resultar em ótimos benefícios para o JK.

“Estamos colhendo ideias para apresentar à PBH. Além da área para os cães, foram sugeridas a requalificação da quadra de futebol, a construção de banheiros e a criação de um mini anfiteatro, que possa servir a manifestações diversas. Havendo vontade da Prefeitura e apoio da iniciativa privada e da sociedade, o JK pode se transformar em exemplo de espaço público ideal”, considera.

Informações da PBH

Por meio da Coordenadoria de Atendimento Regional Centro-Sul (Care-CS) da PBH, o Comunidade Ativa solicitou à Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) informações sobre a manutenção do JK, mas, até o fechamento desta edição, não obtivemos respostas. Já a Care-CS informou sobre a possibilidade de, no próximo mês de julho, ser publicado um edital com chamamento de projetos para a revitalização do Parque.